26/2/2008
Minas abre calendário de vacinação contra febre aftosa de 2008

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) inicia no dia 1° até 31 de março a etapa de vacinação contra febre aftosa nas regiões do estado que pertencem ao Circuito Pecuário Leste. A expectativa do Instituto, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é a de que sejam imunizados cerca de 10,5 milhões de bovinos de todas as idades, em 166 mil propriedades rurais, de 528 municípios, em regiões que fazem divisas com os estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro, região Central e região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, Minas Gerais, como outros estados do Brasil, está empenhado em transformar todo o seu território em área livre de febre aftosa sem vacinação até o fim de 2010. Para isto está convocando os produtores rurais, autoridades municipais, sindicatos rurais e cooperativas agropecuárias para esta derradeira batalha contra a doença.

“As autoridades municipais devem incentivar os produtores rurais a vacinarem seus rebanhos, esclarecendo da importância da prevenção para evitar que o mal que já atingiu outras regiões do país, com sérios prejuízos para a economia nacional, reapareça em Minas Gerais”, diz.

Importância da vacinação

“A vacinação neste momento é de suma importância para a proteção do rebanho mineiro. Principalmente agora, após a decisão da União Européia de restringir o acesso da carne bovina brasileira ao seu mercado comprador, medida que trouxe um desgaste muito grande para a credibilidade do setor e aos estados exportadores”, afirma o dirigente do IMA.

Ainda segundo Altino, “passou da hora de erradicarmos a febre aftosa. Progredimos muito nos anos 90. Entretanto, nos últimos dez anos, quase que ano sim, ano não, enfrentamos o aparecimento de um novo episódio da doença no país, caracterizando não a inevitabilidade de um acidente sanitário, mas a ausência de serviços públicos de vigilância sanitária competente”.

Para ele, erradicar a febre aftosa não apresenta segredo. É repetir o que já fizemos: vacinar, controlar o rebanho e o trânsito de animais, punir os que não cumprem as regras. Simples, porém exige um serviço público eficiente só conseguido quando a sociedade, pecuaristas e frigoríficos se mobilizam, pressionando os governos na direção correta.

Para o diretor-geral do IMA os aspectos sanitários dentro da agropecuária vêm passando por uma constante evolução. As palavras de ordem na atividade são: prevenção e manejo. São aspectos que atuam de forma conjunta e propiciam amplo desenvolvimento da atividade, buscando a sua máxima eficiência.

“Um correto processo de vacinação, aliado à competência do homem que atua no campo, gera uma grande eficiência”, afirma ele.

Conforme Altino Rodrigues Neto, apesar do momento de “litígio” entre o Brasil e a União Européia, gerada pela não implantação da rastreabilidade (Sisbov) no país, o Serviço Veterinário Oficial desenvolve, em adição às medidas de controle rotineiras e para atender exigências de certificação da carne bovina (UE), estudos soroepidemiológicos específicos para avaliação da eficiência da vacinação contra a febre aftosa e de comprovação da ausência de circulação viral.

Um outro ponto que está sendo trabalhado, segundo o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri), Gilman Viana Rodrigues, que é secretário em Minas, os estados pretendem reivindicar ao Ministério da Agricultura a unificação da campanha nacional de vacinação contra febre aftosa, que seria realizada em todo o Brasil nos meses de maio e novembro.

A exceção, segundo ele, seria para o estado do Rio Grande do Sul e a Ilha de Marajó, que por conta da diversidade climática, manteriam a imunização do rebanho em julho e setembro. “A unificação da campanha simplificaria, porque hoje essa diferença atrapalha a naturalidade do processo”, diz Viana Rodrigues. Minas está inserido em dois circuitos (leste e centro-oeste) e realiza duas campanhas de vacinação por ano.

A proposta de um calendário único para vacinação contra febre aftosa está sendo considerada um avanço importante na área de defesa agropecuária. “É uma medida que dá mais segurança no trânsito de animais e atende as reivindicações européias em relação ao controle de nossa defesa sanitária”, afirmam especialistas da área.


Fonte: Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

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