6/2/2008
Câmara da Carne Bovina de SP discute rumos após embargo da UE

A recente decisão da União Européia (UE) em não mais importar a carne brasileira coloca toda a cadeia produtiva da carne bovina em estado de atenção. Apesar de representarem apenas 3% do consumo da produção brasileira (segundo dados da CNA), a decisão de suspender a compra do produto brasileiro traz à tona a necessidade de solucionar questões há tempos discutidas, mas não resolvidas. Preocupados com o futuro do setor, membros de toda a cadeia produtiva se encontram na capital paulista no dia 11 de fevereiro para a primeira reunião do ano da Câmara Setorial da Carne Bovina do Estado de São Paulo.

Presidida por Constantino Ajimasto Jr. – também presidente da Associação Brasileira do Novilho Precoce (ABNP) – a reunião terá na pauta, entre outros temas, a habilitação de propriedades pecuárias segundo as diretrizes do Sisbov-Eras (Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina).

De acordo com as regras, todos os bovinos e bubalinos com no mínimo dez meses de idade devem estar cadastrados no sistema. Os animais também precisam utilizar identificações individuais (brincos), devem ser rastreados desde o nascimento e possuírem uma ficha que registre sua movimentação (seja para venda para outra propriedade ou para abate no frigorífico).

Além disso, o pecuarista precisará manter um registro individual de cada animal em livros próprios, onde procedimentos como assistência técnica, aplicação de vacinas e medicamentos e o uso de sal mineral deverão ser registrados. Os dados acumulados pela propriedade deverão ser os mesmos constantes no banco de dados da Defesa Agropecuária Regional.

O novo sistema de rastreabilidade é obrigatório a todos os pecuaristas dos Estados de Goiás, do Espírito Santo, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e de parte de Mato Grosso e Minas Gerais (regiões habilitadas a vender para a Europa, até a data do embargo), que tiverem interesse em exportar para a UE após o fim do embargo.

A idéia de se discutir o Sisbov-Eras na reunião da Câmara Paulista vem justamente num momento em que toda a cadeia reflete seu método de produção. “O setor de produção bovino não pode mais se omitir diante da questão da rastreabilidade. Pecuaristas, donos de frigoríficos e o Estado precisam se unir para encontrar um caminho para solucionar com eficácia a questão das exportações para o bloco europeu. O trabalho é complexo e exigirá de nós muito esforço e união em prol de um objetivo comum: o fortalecimento da cadeia produtiva da carne bovina brasileira”, ressalta Constantino Ajimasto Jr.

Importantes representantes do setor confirmaram presença na reunião, como o Secretário de Defesa Agropecuária do Mapa Inácio Kroetz, o coordenador da Codeagro (Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios) José Cassiano Gomes dos Reis Júnior, Cláudio Brizolara (Departamento Econômico da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo), e outros.

Além do embargo, outras questões também farão parte da pauta, entre elas, o decréscimo do rebanho bovino paulista (de acordo com os novos números do levantamento do IBGE sobre o rebanho), a criação de um Fundo de Desenvolvimento da Pecuária (Fundepec) para o Estado de São Paulo, as boas práticas na fabricação de rações (com a presença do Sindirações) e o projeto de revitalização do Parque da Água Branca (São Paulo/SP).

A reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina do Estado de São Paulo será realizada no edifício-sede da Fiesp (Avenida Paulista, 1313), a partir das 14h.

Mais informações sobre a reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina do Estado de São Paulo pelo telefone (11) 3129-3058 ou e-mail novilhoprecoce@terra.com.br.


Fonte: Texto Assessoria de Comunicações (Telefone 11 2198-1888).

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