6/2/2008
Associações dizem que pressão não se sustentará

Segundo os pecuaristas goianos, os frigoríficos estão aproveitando o embargo europeu à carne brasileira para reduzir drasticamente os preços da arroba do boi gordo. Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Macel Caixeta, a arroba caiu de R$ 75 para algo entre R$ 67 e R$ 68 (redução de 10%), em menos de uma semana.

"O embargo é desculpa esfarrapada, pois 80% da carne produzida no Brasil ficam no mercado interno e dos 20% exportados, pouco mais de 15% vão para o mercado europeu", defendeu.

Diante das reclamações que vem recebendo dos produtores, ele decidiu convocar, para o próximo dia 11, uma reunião com representantes de todos os órgãos e entidades do setor pecuário para discutir a crise no mercado da carne. "De qualquer forma, nossa recomendação é para que o pecuarista retenha o boi no pasto e não se submeta ao jogo baixo dos frigoríficos", adiantou o dirigente da Faeg.

A Associação dos Fazendeiros do Xingu (Asfax), entidade com atuação nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Pará e Mato Grosso Sul, confirmou que os frigoríficos estão especulando os preços do boi em todo o Centro-Oeste. E recomenda cautela. "Fiquem tranqüilos porque não existe excesso de animais e a indústria vai ter de se curvar à realidade do mercado", disse o presidente da entidade, Antônio Bittar.

Já o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Goiás (Sindicarne-GO), José Magno Pato, apesar de admitir que os preços da arroba do boi caíram significativamente, não concorda que isso tenha ocorrido em virtude de uma ação dos frigoríficos. "Acho que essa instabilidade das cotações do boi gordo se deve basicamente à indefinição que tomou conta do mercado com a notícia do embargo europeu.


Fonte: Jornal O Popular

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