24/1/2007
Frigoríficos brasileiros buscam internacionalização

Além da Perdigão, que adquiriu a européia Plusfood, por 31 milhões de euros, outros frigoríficos brasileiros chamaram a atenção em 2007, pela adoção de estratégias agressivas, visando a aceleração da internacionalização dos negócios.

Levantamento da consultoria KPMG sobre fusões e aquisições mostra como cresceu o atrevimento das multinacionais brasileiras, a exemplo de outros países emergentes que têm aumentado a participação nessas negociações, segundo reportagem de Alda do Amaral Rocha, do jornal Valor Econômico.

"Há três anos, em cada quatro aquisições no mundo, apenas uma era feita por uma empresa de país emergente", diz Cláudio Ramos, sócio da KPMG. "Atualmente, essa relação é de uma em cada duas."

As aquisições no exterior e o aumento dos frigoríficos brasileiros foi possibilitado pela abertura de capital e maior acesso a crédito no exterior, por essas empresas, e ajudado pela desvalorização do dólar.

A compra de um concorrente no exterior traz vantagens, como flexibilidade, proximidade dos clientes e facilidade de crédito, além de poder passar por cima de barreiras tarifárias de mercados protecionistas como o americano e o europeu. No caso dos frigoríficos, é uma forma também de se proteger das barreiras sanitárias.

A JBS-Friboi - que hoje é a maior empresa frigorifica do mundo - conseguiu acelerar seu processo de internacionalização, iniciado com aquisições na Argentina, após a abertura de capital na Bovespa. Em 2007 a empresa comprou a Swift Foods Company, US$ 1,4 bilhão, e também começou a operar na Europa. Em dezembro, a empresa fechou acordo para comprar 50% do capital da italiana Inalca, a maior em carne bovina da Itália.

O caso da JBS talvez seja o mais emblemático da mudança pela qual passa o setor de frigoríficos de bovinos no Brasil, mas não é o único. O Marfrig também abriu capital e intensificou as compras no exterior, com aquisições na Argentina, Uruguai e Chile. A última compra da empresa, foi a argentina Mirab, que produz "beef jerky" (tiras de carne salgada para comer como um salgadinho), por US$ 36 milhões. Com a aquisição, anunciada no começo deste ano, o frigorífico passou a ter uma unidade própria nos Estados Unidos.



Fonte: Beef Point

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