11/12/2007
O biodiesel não é viável aos preços atuais, conclui AgraFNP

A adição obrigatória de 2% de biodiesel ao diesel mineral (B2) começará no dia 1º de janeiro de 2008 no Brasil, conforme determinação do Governo Federal. Nasce então um mercado específico para o biodiesel. Com base em dados do Agrianual 2008, a AgraFNP conclui, contudo, que aos preços praticados nos leilões oficiais, o biodiesel não é economicamente viável.

O custo de produção atual do biodiesel obtido a partir das matérias-primas disponíveis supera o preço do diesel mineral e é também maior que o preço médio de venda alcançado nos leilões - de R$1,857/litro no último leilão do dia 14 de novembro e média de R$1,809/litro em todos os leilões realizados até hoje, informou a AgraFNP.

O custo do biodiesel é composto em mais de 2/3 pelo custo da matéria-prima utilizada. O Agrianual 2008 traz um levantamento desses custos para as seguintes oleaginosas: soja, girassol, dendê, mamona e pinhão-manso.

Concluiu-se que o dendê é a melhor opção atualmente, mas encontra entraves ligados a restrições ambientais para a expansão da cultura, já que as áreas mais indicadas para seu plantio comercial estão na Amazônia. Além disso, seu óleo (de palma) também é bastante valorizado em função de uso na alimentação e na indústria química.

O pinhão-manso tem enorme potencial, mas carece de pesquisas para que se obtenham dados cientificamente comprovados sobre adaptabilidade às diversas regiões brasileiras, produtividade, custos efetivos, entre outros, destacam os analistas.

A soja, que é a cultura mais utilizada para a produção de biodiesel no Brasil hoje por já ser produzida em grande escala para o uso alimentar, apresenta baixo rendimento em óleo. Assim como o girassol, que ainda é uma oportunidade desde que seja desenvolvido como safrinha da soja.

A mamona surgiu como opção menos vantajosa para a produção de biodiesel, por ter um custo de produção que inviabiliza a sua utilização, além de seu óleo ter um elevado valor de mercado (compete com outros fins).

A AgraFNP alerta para a necessidade de investimento em pesquisa para a descoberta de novas fontes de matéria-prima (óleo) que não concorram com as culturas alimentares. Destaca também que é preciso aperfeiçoar as técnicas de produção das oleaginosas atualmente produzidas no País, bem como do processo industrial para a obtenção do biodiesel. Tudo isso com o objetivo principal de reduzir os custos do produto final.

Sobre a AgraFNP

A AgraFNP é a divisão no Brasil do Grupo Informa (Reino Unido), líder mundial em informação para o agronegócio. Atua em publicações especializadas, consultoria estratégica, business intelligence e eventos para o setor. Ela foi criada em 2005 quando o Grupo Informa incorporou a antiga FNP Consultoria.

O Grupo Informa possui 150 escritórios em 40 países e conta com mais de 7.000 funcionários ao redor do mundo. Edita mais de 40.000 publicações impressas e organiza 10.000 eventos por ano. Seu capital é aberto, e as ações cotadas na seção de mídia da Bolsa de Londres têm valor superior a US$2 bilhões.

No Brasil, as principais publicações do Grupo são:

Anuários: Agrianual / Anualpec
Boletim Pecuário (Diário e Semanal)
Boletim da Soja (Diário)
Boletim Milho & Granjas (Diário)
Relatório de Análise de Terras (Bimestral)
Brazilian Meat Monitor (Semanal em inglês com circulação no exterior)
Biofuels Brazil (Semanal em inglês com circulação no exterior)
Brazilian Livestock and Meat Industry (Relatório)
Sugar and Ethanol in Brazil (Relatório)
The Brazilian Citrus Industry (Relatório)


Fonte: AgraFNP ( 11 4504 1438 ou imprensa@agrafnp.com.br)

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