4/12/2007
Milho dispara e pressiona preço da carne em MG

Como 70% da ração dada a esses animais é composta pelo grão, cujo valor da saca saltou de R$ 16, em maio, para R$ 32, em novembro, os produtores já começam a subir os preços ao consumidor. E a ameaça é de que levar estes ingredientes à mesa fique ainda mais caro nas próximas semanas.

Pode parecer absurdo, mas o milho dobrou de preço. Com isso, já estamos perdendo dinheiro , reclamou o presidente da Associação dos Avicultores do Estado de Minas Gerais (Avimig), Tarcísio Franco do Amaral. Segundo ele, o quilo do frango vivo que era vendido em setembro por cerca de R$ 1,45, hoje é comercializado a R$ 1,85. Mas, por causa da ração, o preço para o criador é de R$ 2. Ou seja, estamos absorvendo prejuízos , diz, antecipando que parte desses gastos acabará batendo na cozinha do consumidor.

Levantamento realizado semanalmente pela Secretaria Municipal de Abastecimento (Smab) já aponta alta no frango. Na última semana de outubro, o quilo do produto resfriado era vendido em supermercados por R$ 3,29. Já em 28 de novembro, os pesquisadores não encontraram nas gôndolas valor menor que R$ 3,66, o equivale a um aumento de 11,3% em apenas um mês. Além do problema do milho, festas natalinas e os churrascos de fim de ano acabam aquecendo a procura e elevando os preços , comenta o coordenador da pesquisa de cesta básica da Smab, Djalma Prado Filho.

Os suinocultores também reclamam da escalada do grão e confessam que os aumentos devem chegar à ponta do consumo. O preço do milho dobrou e já computamos um aumento de aproximadamente 30% no custo total da nossa produção. Vamos negociar com os frigoríficos, mas certamente o preço vai subir para o consumidor , afirma o presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), João Bosco Martins de Abreu. Segundo ele, o quilo do suíno vivo que era vendido ao varejo a R$ 2,30 há um mês, hoje sai a R$ 2,70.

Para o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, a culpa para grande parte do encarecimento do milho é da entressafra. Estamos em um período crítico e o atraso no plantio da nova safra, por causa da seca, não colabora. Por isso, a alta só deve ser diluída em janeiro e fevereiro, quando, em função das férias e do Carnaval, a demanda diminui , observa. Vilela, entretanto, descarta a falta do milho no mercado. Os produtores vão pressionar o Governo para liberar os estoques de cooperativas e de outros estados , acredita.

Sua aposta para o ano que vem é que a saca do grão recue ao patamar de R$ 20.


Fonte: HOJE EM DIA - MG

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