3/12/2007
Embarques de couro devem ultrapassar US$ 2 bilhões em 2007

O couro já é um dos principais itens da pauta de exportações do Brasil, consolidando o País como um dos mais importantes players do mercado internacional. De fato, nos dez meses de 2007 o setor embarcou US$ 1,82 bilhão, total 20,5% superior ao mesmo período anterior, devendo fechar o ano ultrapassando a marca de US$ 2 bilhões de peças embarcadas.

As exportações de couros de janeiro a outubro deste ano igualaram-se ao valor exportado em 2006 (US$ 1,87 bi), superando as vendas externas de calçados (US$ 1,61 bilhão), e correspondendo a 50% dos embarques de carne bovina (US$ 3,7 bilhões).

Para se ter uma idéia do sucesso da inserção competitiva do produto nacional no mercado internacional, o crescimento das vendas externas no período de 1999 a 2006 foi de 213%, saindo dos US$ 600,2 milhões para os US$ 1,87 bilhão do ano passado, o que representa um crescimento médio de 22% ao ano e - o que é mais importante - sem deixar de atender o mercado doméstico.

O complexo industrial é formado por 800 empresas que atuam na produção e processamento de peças, representadas pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Trata-se de uma atividade que movimenta um PIB de US$ 3 bilhões, emprega cerca de 50 mil pessoas e ainda contribui com o recolhimento de impostos da ordem de US$ 900 milhões por ano.

A indústria brasileira do couro é reconhecidamente uma das mais avançadas do mundo em termos tecnológicos, resultado de maciços investimentos na modernização de processos, que absorveram mais de US$ 300 milhões desde 2000. Esse complexo industrial, que processa ao redor de 45 milhões de unidades/ano e exporta cerca de 35 milhões de peças, é operado por mão de obra das mais qualificadas do mundo.

Setor em permanente evolução, a indústria do couro está desenhando uma nova configuração, compensando a redução de sua presença no segmento calçadista, pelo crescimento vertiginoso de sua participação nos segmentos automotivo, moveleiro e de artefatos. Esses novos mercados passaram a ser trabalhados pela indústria do couro tão logo se constatou a redução do interesse por parte da indústria calçadista, por razões de custo, principalmente. Um exemplo que ilustra essa nova tendência pode ser colhido do mercado norte-americano, onde 70% dos calçados comercializados são manufaturados com produtos sintéticos.

Neste novo cenário, o setor curtidor mostrou competência e agilidade para adequar, com sucesso, sua produção para novos mercados. Como resultado deste processo, a indústria do couro direciona mais de 60% de suas vendas para empresas de estofamento, automotivas e moveleiras, principalmente, da China, Itália e Estados Unidos.

A compreensão desse novo perfil da cadeia produtiva do couro é fundamental para a elaboração de políticas industriais de longo prazo, para nortear a esperada e necessária reforma tributária que corrija distorções fiscais e para a implementação de uma política cambial adequada, que contribuam para o desenvolvimento do setor.


Fonte: Beefpoint

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