13/8/2007
Criadores mato-grossenses estão divididos

Os produtores mato-grossenses ainda se mostram divididos quanto à adesão ao novo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), mesmo que entidades ligadas ao segmento se esforcem para que a adesão chegue à quantidade ideal, estimada em 3,5 milhões de cabeças este ano. O produtor Gilson Gonçalo de Arruda, que tem um rebanho calculado em cerca de 10 mil cabeças distribuídas em duas propriedades localizadas em Poconé e Alta Floresta, afirma que 20% do rebanho já foram cadastrados no sistema, sendo que 50% foram negociados com os frigoríficos.

Na opinião dele, a certificação dos animais e da propriedade não se discute, já que é uma exigência de boa parte dos países importadores de carne e que sem esta condição será mais complicado encontrar mercado consumidor para o produto mato-grossense. "Os produtores do Estado ainda contam com outra vantagem diante dos concorrentes, pois há 15 anos não há focos de febre aftosa no rebanho estadual", diz ao confirmar que o preço recebido pelo animal rastreado é diferenciado.

Ao contrário de Arruda, o pecuarista José João Bernardes, afirma que não aderiu ao novo Sisbov e talvez nem cadastre os animais este ano. Ele argumenta que o primeiro motivo é o fato de a adesão ser voluntária e as regras não foram bem esclarecidas aos produtores. Uma das questões levantadas por ele é: como ficará a compra de novos animais (não rastreados) por um pecuarista que já tenha todo o rebanho rastreado?

"Diante deste fato não vejo vantagem em entrar no novo sistema, principalmente porque os produtores não foram consultados antes dele ser elaborado pelo ministério (da Agricultura)".

Bernardes diz que pode ocorrer de produtores de má fé, especialmente os que possuem mais de uma propriedade, cadastrar apenas algumas delas e comercializar o gado não rastreado como se o fosse. "E na hora de fiscalizar, identificar os animais pelo número será complicado, já que o produtor terá que ter um computador para fazer a conferência dos animais, pois a anotação manual será impossível".



Fonte: A Gazeta - MT

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