3/7/2007
Produtor deve adotar medidas para prevenir doenças em animais confinados

O principal objetivo do confinamento de bovinos é o ganho de peso. Na época da seca, quando há falta de forragem, a tendência é de os animais perderem peso e é nesse período que os produtores recorrem ao sistema. Para não ter prejuízo alguns cuidados devem ser tomados, como por exemplo, o tipo de alimentação a ser servida. A dieta deve ser bem balanceada para evitar doenças, nos animais e garantir o lucro pretendido.

O produtor deve observar certos cuidados com os animais em confinamento ou poderá ter prejuízos, alertam especialistas. Algumas doenças, decorrentes de uma alimentação desequilibrada, podem reduzir a capacidade de engorda dos bovinos. Uma delas é o Botulismo, que ocorre quando os animais recebem ração, silagem ou feno mal conservados, com matéria orgânica em decomposição ou cadáveres de pequenos mamíferos ou aves. Reservatórios de água contaminada por carcaças também podem ser possíveis fontes de infecção. A melhor forma de prevenção a esta doença é a vacinação. Além disso, recomenda-se armazenar corretamente o feno, a silagem e a ração para evitar a presença de material em decomposição.

Uma alimentação com altos teores de concentrado e pouca quantidade de fibras pode ocasionar a Enterotoxemia, infecção aguda, não contagiosa, causada por toxinas de Clostridium perfrigens (presentes no solo, nas fezes e nos intestinos de animais sadios). A enfermidade caracteriza-se por distúrbios gastrintestinais, sintomas nervosos e morte súbita. A prevenção deve ser feita vacinando os animais antes do início do confinamento. Um bom período de adaptação ao concentrado e a manutenção de uma boa relação volumoso:concentrado são medidas complementares. Para controlar a doença o produtor deve reduzir a quantidade de grãos e aumentar a de fibras na alimentação dos animais.

A Dermatomicose é uma dermatite crônica cujos principais sintomas são descamação e perda de pêlos. É causada por fungos e afeta principalmente animais confinados em altas taxas de lotação, que favorecem a infecção, reinfecção e contaminação do ambiente. Animais recém-desmamados são os mais suscetíveis e a maior incidência da doença é durante o inverno. Existem vários tratamentos tópicos com soluções que devem ser esfregadas com intensidade nas lesões após a retirada das crostas. Uma dieta correta, com suplementação adequada principalmente com vitamina A, é uma medida que auxilia na prevenção.

Quando grãos ou outros produtos facilmente fermentáveis são consumidos rapidamente e em grandes quantidades, há alteração da microflora ruminal e produção de grandes quantidades de ácido láctico. O problema gera a Acidose Láctica, doença metabólica aguda caracterizada por perda de apetite, indigestão e morte do animal. As medidas mais eficazes para prevenir a doença são as que buscam evitar o acesso de animais a grandes quantidades de grãos e a adoção de um bom esquema de adaptação, com mudança lenta e gradual ao concentrado.

A intoxicação causada pelo consumo excessivo de uréia resulta em falta de coordenação motora, tremores musculares, colapso e morte. Quando chega ao rumem, a uréia sofre a ação da uréase e é desdobrada em amônia e dióxido de carbono. Acredita-se que a intoxicação acontece pelo excesso de amônia absorvida. A prevenção pode ser feita pela adaptação gradual do animal a dietas com uréia.

Outras informações a respeito da saúde e alimentação dos bovinos em confinamento podem ser encontradas no site da Embrapa Gado de Corte (www.cnpgc.embrapa.br).



Fonte: Embrapa Gado de Corte

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