22/5/2007
Brasil questiona Rússia por embargo

Dez frigoríficos informaram ao Ministério da Agricultura, na última sexta-feira, que a Rússia suspendeu as importações de carne bovina destas unidades, que representam parte significativa das vendas nacionais.
Preocupada com a informação, a pasta pediu ontem esclarecimentos ao governo russo.
Com o comunicado encaminhado às autoridades, o órgão brasileiro também enviou extensa documentação comprovando que o sistema de certificação sanitária do Brasil está em conformidade com as normas internacionais.

Segundo uma nota divulgada no início da noite de ontem pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, o embargo teria partido do serviço veterinário russo.
A imediata resposta do governo brasileiro se deve ao fato de a Rússia ser o principal mercado importador de carne brasileira.
No ano passado, o país comprou cerca de US$ 700 milhões do Brasil.
"Mesmo não tendo recebido comunicação oficial do governo russo, a SDA enviará eletronicamente os certificados sanitários internacionais de todas as cargas de origem animal exportadas para a Rússia, para aumentar a segurança das transações", diz um trecho da nota divulgada pela Agricultura.

A SDA comunicou ainda às autoridades russas que, a partir de agosto, os certificados sanitários internacionais expedidos pelo Brasil para aquele país serão impressos em papel de segurança.
Isso, garantiu a secretaria, diminuirá a possibilidade de fraudes do documento.

Representantes dos exportadores de carnes ouvidos ontem minimizaram a decisão russa.
Disseram que foram detectados problemas em algumas unidades, causados por erros no preenchimento de documentos.
Acrescentaram acreditar que o caso não deve ter impacto significativo nas exportações brasileiras para o mercado russo.

A Rússia chegou a suspender as importações de carnes em geral do Brasil no fim de 2005, em razão do registro de focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul e no Paraná.
O embargo foi flexibilizado para carne bovina em diversos estados brasileiros, mas foi mantida a restrição à carne suína de Santa Catarina — único estado livre de febre aftosa sem vacinação e maior produtor de suínos.



Fonte: O globo

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