29/3/2007
RS: Sindicatos defendem veto à entrada de carne com osso

Segundo Julio Tatsch, delegado representante e presidente licenciado do Sindicato Rural de Caçapava do Sul, no Rio Grande do Sul, existe pressão por parte dos frigoríficos na tentativa de efetivar um recuo nos preços pagos pelo boi gordo, evidenciada pelas atuais baixas.
A leitura desta redução de preços, pode ser entendida como uma pressão adicional a decisão de abertura ou não da entrada de carne com osso no RS vinda de outros estados.

De acordo com Tatsch, na semana passada os principais frigoríficos estavam comprando boi gordo de R$4,30 a R$ 4,40/Kg de carcaça, nesta segunda-feira reduziram as ofertas para R$ 3,92/kg de carcaça, depois de terem aumentado as escalas e garantido estoque de matéria-prima.

Em reunião realizada segunda-feira, a Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul decidiu pela manutenção da Portaria nº 015/2007 do governo gaúcho, que proíbe a entrada no estado de carne com osso, oriunda de Rondônia, Acre, Santa Catarina e Amazonas.

Em reunião realizada em 22 de março em Santa Maria/RS os presidentes e representantes dos sindicatos rurais redigiram um documento entregue ao secretário da agricultura e abastecimento, João Carlos Fagundes Machado, onde apresentam suas razões para a manutenção da Portaria nº 015/2007.

No documento foram identificados os três motivos, pelos quais, os produtores pedem a manutenção do veto a entrada de carne com osso no estado.
Esses motivos são:
- o risco sanitário e financeiro está sendo avaliado por outros, todavia o ônus financeiro e sanitário será imputado a um único setor: "o produtor rural";

- a fiscalização com estrutura deficiente, tanto do Mapa como da SAA/RS, não possibilitando garantias mínimas para o efetivo controle sanitário do estado;

- indícios de sérios problemas na efetiva vinculação da origem do produto com a nota fiscal, em produtos oriundos de fora do estado.

No documento enviado ao secretário, em relação a manutenção do veto a entrada de carne com osso no estado, os representantes dos sindicatos rurais ainda frisaram "entendemos, que vossa firmeza foi e será a garantia necessária para a defesa sanitária de um setor produtivo, que está vivendo momentos de recuperação, a qual, certamente, seria interrompida com a revogação ou simples flexibilização das disposições legais, que asseguram a necessária proteção ao status de sanidade animal, que a bovinocultura gaúcha conquistou, com muito esforço nos últimos cinco anos. É condição básica, também, para a reconquista da condição de livre de aftosa sem vacinação".

Em declaração ao BeefPoint Julio Tatsch, "ratifica o documento extraído na reunião de Santa Maria e acrescenta que a carne maturada e desossada, oriunda de estados com igual status sanitário ao gaúcho, permanece liberada sem restrições quanto a volume, portanto garantindo o pleno abastecimento do mercado consumidor.
E com indicativo que tenha representado em 2006 o dobro do volume ingressado em 2005 no RS".

"Citando um aspecto básico, os outros querem ditar o risco, porém a conta financeira do erro fica exclusivamente com o produtor, pois os demais entes da cadeia trabalham com margens de comercialização.
Evidenciando uma posição cômoda aos não pecuaristas" comentou Julio Tatsch.

Conforme matéria do Jornal do Comércio o presidente da Comissão de Bovinocultura de Corte da Farsul, Carlos Simm, declarou que, "com a continuidade da portaria será possível manter preços que permitam retomar o rendimento dos pecuaristas, que têm passado por muitas dificuldades, em função da seca, do sucateamento das propriedades e da falta de tecnologia".

Além disso, Simm reiterou a importância da condição do estado como zona livre de aftosa, em função principalmente da perspectiva de novos mercados.
"Não podemos colocar em risco nossa condição sanitária, pois com ela será possível acessarmos mercados de alto valor agregado", completou

O delegado representante do Sindicato Rural de Caçapava do Sul, Julio Tatsch informou "O Sicadergs, entende a abertura como certa.
A informação que temos é que o Secretário da Agricultura, dará a posição no final desta semana ou na da próxima

Fonte: Beef Point

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