23/2/2007
MS: Governo busca alternativas à pecuária na fronteira

Na tentativa de eliminar os prejuízos provocados pela febre aftosa em Mato Grosso do Sul, o governo estadual levantou a possibilidade de mudar a matriz econômica na região, ou seja, fazer parte da área contaminada abandonar a pecuária, eliminando os riscos de contaminação, e partir para o cultivo de grãos, floresta ou cana-de-açúcar.

A região tem hoje 8 milhões de cabeças e acredita-se que um quarto poderia deixar de ser criado. Um levantamento deve ser concluído até maio, indicando quais seriam as alternativas à pecuária, informou reportagem de Neila Baldi, da Gazeta Mercantil.

Com o estudo em mãos, o governo poderia criar um programa de incentivo fiscal específico. "Manter do jeito que está não dá. Trocar a bovinocultura seria um pesadelo a menos", afirmou a secretária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur), Tereza Cristina Correia da Costa Dias.

Em Eldorado já há estudos para a implantação de uma usina de cana-de-açúcar. Segundo fontes locais, 40 mil hectares seriam destinados à nova lavoura para o processamento inicial de 3 milhões de toneladas.

Nos três municípios em que a doença retornou em 2005 existem 150 mil cabeças, sendo 30 mil nas mãos de pequenos produtores. Por isso, Tereza disse que uma das alternativas seria o cultivo de pinhão-manso, pois existem grupos interessados em instalar usinas na região para a produção de biodiesel.

"A fronteira tem de ser olhada como política de governo, de segurança nacional", defendeu o presidente da Federação da Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Silva Júnior. Ele acredita que a mudança de produção seria uma barreira a mais contra a aftosa.

A faixa da fronteira legal é de 150 quilômetros para dentro do estado, mas fala-se que esta mudança na matriz econômica poderia ocorrer em uma área inicial de 10 a 15 quilômetros.

A secretária da Seprotur lembrou que hoje já existem incentivos de abatimento de até 67% do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) e que uma lei específica para a fronteira poderá ser criada ao fim do estudo.



Fonte: BeefPoint

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