7/2/2007
CNA: apesar de exportações, cai margem na pecuária

A quantidade de carne exportada aumentou 13% em 2006, passando de 1,96 milhão de toneladas em equivalente carcaça, em 2005, para 2,22 milhões de toneladas no ano passado. Uma conjugação de fatores positivos explica este desempenho: valorização da carne brasileira no mercado internacional, recuperação do consumo mundial e a incapacidade de outros países produtores, como Argentina, Estados Unidos e União Européia, de atenderem a esta demanda. Mas, segundo o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira., "estes ganhos não chegaram ao nosso produtor", que enfrentou em 2006 o quarto ano consecutivo de perdas, com os custos da atividade superando o aumento da receita.

Os Custos Operacionais Efetivos (COE), que representam os desembolsos mensais com salários, insumos, energia elétrica, sal mineral e medicamentos veterinários, entre outros itens, tiveram um aumento acumulado de 5,73%, em 2006, enquanto o preço do boi gordo aumentou apenas 1% na média dos nove estados pesquisados pela CNA/Cepea, diante de uma inflação de 3,8%, medida pelo IGP-M. A perda de rentabilidade dificulta a continuidade nos investimentos em manejo alimentar, recuperação de pastagens, genética ou infra-estrutura, como cercas, curral e estábulos. Desta forma, começa a ocorrer uma depreciação dos fatores de produção da fazenda. Nos quatro anos de pesquisa CNA/Cepea, foi possível constatar uma perda de margem na atividade de 42%, devido ao aumento de 32% nos custos de produção e queda de 9,5% no preço da arroba do boi.

Antenor Nogueira anunciou, durante entrevista coletiva, que a CNA e o Cepea passaram a integrar o Agri Benchmark, uma rede internacional de comparação de custos dos sistemas de produção da pecuária de corte mundial. Segundo o presidente do Fórum, trata-se de um projeto de pesquisa cooperativo entre países com interesse na produção de carne, como União Européia, Argentina, Canadá e Brasil, entre outros. "Os primeiros resultados começam a chegar este ano, o que permitirá avaliarmos a competitividade da pecuária de corte do Brasil em relação aos principais concorrentes no mercado internacional", explicou.


Fonte: CNA

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