12/12/2005
OMC: Europa admite concessões ao Brasil

A União Européia (UE) indica pela primeira vez, ainda de forma tímida, que pode oferecer melhorias em sua posição nas negociações agrícolas da Organização Mundial do Comércio (OMC) que ocorrem em Hong Kong.


Os europeus deram a sinalização sob a condição de que países como Brasil e Índia também façam concessões na área industrial. Os países emergentes suspeitam da iniciativa, que sequer lhes foi detalhada. O chanceler Celso Amorim alertou aos europeus que o Brasil não aceitará pagar com concessões por avanços como o estabelecimento da data para o fim dos subsídios à exportação.


Apesar de a conferência ter início oficial amanhã, diplomatas alertam que o encontro já começou com intensidade nos bastidores. A indicação da UE ocorreu nas reuniões privadas do comissário de Comércio da Europa, Peter Mandelson, com Amorim e com o ministro do Comércio da Índia, Kamal Nath. Amorim levou a Mandelson uma lista de assuntos da pauta agrícola que podem avançar na negociação.


Um dos temas é a regulamentação dos cortes tarifários. Há convergência de que a redução ocorrerá em níveis: quanto maior a tarifa, maior o corte. Resta saber quais são os patamares. Os europeus sugerem que tarifas acima de 90% sejam cortadas em 60%. Para o Brasil, se esse corte fosse aplicado em produtos com taxas a partir de 85%, a carne nacional exportada para a Europa poderia se beneficiar.


O segundo ponto é regulamentar o que será considerado produto sensível. Os europeus defendem que até 200 itens entrem na categoria. Para o Brasil, o número precisa ser menor e regulamentado como cotas.


Fonte: O Estado de S.Paulo (por Jamil Chade), adaptado por Equipe BeefPoint

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