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22/3/2017
Dia Mundial da Água: Iniciativas da Secretaria de Agricultura unem preservação e produtividade

O Dia Mundial da Água, comemorado na quarta-feira, 22 de março, reforça a essencialidade da água para a vida no planeta Terra – ainda mais para a agropecuária. Ingrediente básico para produzir alimentos para o mundo como faz o Brasil, em São Paulo a água é muito bem tratada com iniciativas do Governo do Estado executadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, provando ser possível gerar renda, aumentar a produtividade e manter bons índices de produção sem agredir o meio ambiente.
“Não há uma única solução para manter a segurança alimentar quando a água é escassa. Todas as fontes de recursos hídricos – chuva, canais de irrigação, águas subterrâneas e águas servidas – são importantes. “A harmonia entre agricultura e meio ambiente é uma das principais diretrizes do governador Geraldo Alckmin para a Pasta, que cuida dos recursos hídricos ao executar ideias como o Programa Nascentes, que já é uma realidade em Holambra e Botucatu e é referência para o Brasil na área de recuperação ambiental”, destacou o secretário Arnaldo Jardim.
O Projeto Nascentes de Holambra tem visão integrada, recuperando estradas rurais e áreas degradadas, implantando fossas biodigestoras e realizando o terraceamento, além do plantio de mudas nativas em centenas de propriedades. Já foram plantadas até agora 11.771 mudas em 7 hectares para recuperar 171 nascentes e 12 hectares de vegetação nativa.
Em Botucatu e Pardinho, o Programa Nascentes recuperará, até o fim de 2017, uma área equivalente a quase 86 estádios do Maracanã, onde haverá cercamento e manutenção para consolidação da vegetação, com o objetivo de preservar as áreas de contribuição dos mananciais de água no município, recuperação de estradas rurais, terraceamento agrícola e instalação de fossas biodigestoras.
É uma preocupação constante do Governo do Estado de São Paulo racionalizar o uso dos recursos hídricos, já que a maior parte da água doce disponível no planeta é utilizada na agricultura — cerca de 70%. As empresas utilizam 20% da reserva do planeta. Os 10% restantes são de uso da população mundial para realizar tarefas diárias, como higiene pessoal, limpeza e para consumo próprio.
Por isso é extremamente importante preservar, e a tecnologia é essencial para essa preservação. No Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap), o produtor pode buscar na linha Agricultura Irrigada Paulista o financiamento de até R$ 500 mil, com o prazo de pagamento de até 96 meses – e carência de até 36 meses – com taxa de juros de 3% ao ano.
Os interessados devem elaborar um projeto apontando as melhorias a serem realizadas, apresentá-lo à Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) em suas Casas da Agricultura nos municípios ou nos Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) e atender às especificidades para serem contemplados. Os endereços da Cati podem ser encontrados no site www.cati.sp.gov.br.
O Feap subvenciona para o homem do campo os juros de 3% ao mês para a aquisição dos maquinários. Podem ser inclusos itens como poços artesianos e estruturas de reservação de água – desde que contemplados no projeto técnico apresentado e façam parte do investimento para irrigação. Produtores já beneficiados com outros programas da Secretaria também podem acessar a linha de crédito, desde que comprovada sua capacidade de pagamento para o novo financiamento.
Com o Instituto de Pesca (IP), a Secretaria realiza as análises físicas, químicas e biológicas da água na Unidade laboratorial de Referência em Limnologia (ULRL), na cidade de São Paulo. Esse exame possibilita avaliações ambientais do ecossistema aquático, que compreendem desde diagnósticos ambientais até a implantação e o monitoramento de atividades aquícolas.
O laboratório permite analisar a qualidade da água antes da captação, durante a atividade (para melhorar a produção) e depois de seu uso. O laboratório ainda dá suporte às análises envolvidas nos processos de regulação do uso e ao monitoramento da água, dentro da Política Nacional de Recursos Hídricos. Assim, garantindo um sistema de informações sólido e eficiente com respeito à gestão desse recurso no âmbito nacional.
É utilizado tanto para o produtor controlar o seu nível de poluição e de lançamento de efluentes, quanto para os órgãos ambientais ditarem regras sobre esse tipo de monitoramento. O laboratório tem condições de fazer análises físicas, químicas e de parâmetros biológicos, em comum acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 357/2005, que dita limites para esse tipo de controle.
Na terra
Cuidar bem da água é também evitar o assoreamento e a erosão, e isso tem ganhado cada vez mais a atenção da Secretaria de Agricultura. Em 2016, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp) da Pasta plantou 61 mil mudas: 54 mil no reservatório de Paraitinga, em Salesópolis, distribuídas em um raio de 30 metros na área de preservação permanente (APP). Outras 7 mil mudas em Holambra por meio de parceria entre a Secretaria de Agricultura e a Fundação Banco do Brasil.
Pelo Programa Melhor Caminho/Pontos Críticos, readequou no ano passado 270 quilômetros de estradas rurais em 29 municípios. Obras que, além de tornar o tráfego melhor, também cuidam dos recursos hídricos ao estudar a topografia do local. A água não corre pela estrada rumo ao rio para causar assoreamento, ela fica armazenada em bolsões e garante riqueza ao solo.
O Governo do Estado de São Paulo também disponibiliza recursos para produtores rurais recuperarem áreas ambientalmente degradadas por erosões em suas propriedades. Os recursos são do Projeto Integra SP - Recuperação de Áreas Degradadas por Grandes Erosões (Radge) e estão disponíveis a acesso via Feap. Acessada a fundo perdido, ou seja, não precisa ser paga, a verba por produtor é de R$ 15 mil.
O produtor rural pode realizar melhorias não apenas na erosão em si, mas também nas chamadas áreas de contribuição, aquelas que estão em boas condições, mas que influem diretamente na degradação do solo de outras.
Já com o objetivo de melhorar os sistemas de cultura canavieira, com ganhos de rentabilidade aos produtores rurais e menor impacto ambiental, a Secretaria desenvolveu o Boletim Técnico “Recomendações de Práticas Conservacionistas para a Cultura da Cana-de-Açúcar”, e constituiu um Grupo de Trabalho para analisar e aprovar projetos de pesquisa e monitoramento de novas tecnologias de manejo e conservação de solo.
A publicação online é resultado de um trabalho conjunto entre as equipes do Instituto Agronômico (IAC), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Cati e da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), com o meio acadêmico, e entidades e empresas do setor canavieiro.
Reunindo temas como legislação, atributos dos solos, clima, sistemas de produção, classificação técnica, planejamento de ocupação do solo e da conservação do solo, parâmetros para cálculos de engenharia e outras informações de importância para o setor sucroenergético. Há ainda recomendações para o planejamento da conservação do solo e o dimensionamento de práticas conservacionistas para o cultivo da cana-de-açúcar.
O conteúdo foi elaborado com a participação do setor produtivo que, por meio de consulta pública realizada pela internet no mês de março, pôde enviar sugestões sobre o tema. A expectativa é atualizar a publicação a cada três anos, criando maior proximidade com as práticas do segmento.
No céu
Com o objetivo de ensinar na prática a importância de se preservar o solo e a vegetação, a Secretaria de Agricultura desenvolveu o Simulador de Chuvas, que já recebeu pelo menos 1,2 mil alunos da rede pública de ensino e representantes de universidades, para verem a demonstração sobre os impactos ambientais causados pelo escoamento superficial da água, mostrando a importância da proteção dos solos, rios e vegetação. O equipamento reproduz o ciclo da água da chuva e funciona no Centro de Negócios da Codasp em Presidente Prudente.
O sistema é composto por duas caixas - uma com solo vegetado e outra sem vegetação - que podem ter diferentes inclinações dependendo do tipo de solo a ser simulado. A aula ambiental também tem como foco ensinar as crianças a interpretar e compreender, através do ciclo hidrológico, como se dá o processo de erosão em um solo nu e em um solo vegetado, além de conscientizá-las sobre atitudes que podem contribuir para a sustentabilidade.
Por meio de um sistema de irrigação acima das caixas, a chuva simulada cai em mesma quantidade nos dois solos e os alunos podem coletar tanto a água infiltrada na terra quanto a que escorre por ela. Na caixa com vegetação, a água sai clara e infiltra em maior quantidade direto para o lençol freático. Já no solo não vegetado, ela sai barrenta e tem menos infiltração, abastecendo menos o lençol freático e gerando erosão.
O objetivo é difundir e disseminar entre os alunos do ensino infantil e fundamental noções dos conhecimentos e técnicas de adequação de erosões e utilização de tecnologia aplicada na proteção, preservação e aproveitamento racional dos recursos naturais renováveis.
A visita ao simulador é gratuita e pode ser feita por qualquer escola que desejar, sempre mediante agendamento no Centro de Negócios. De acordo com o secretário Arnaldo Jardim, iniciativas como esta são fundamentais para despertar nas crianças a consciência ambiental, sobretudo chamar a atenção para o fato que agricultura e meio ambiente caminham juntos.
A programação da visita ao Simulador de Chuvas começa com uma palestra didática que usa a Turma da Mônica, uma forma de prender a atenção da garotada, em slides com os personagens falando sobre temas como erosão e a importância da preservação da vegetação. Após a introdução cheia de informações, os alunos seguem para a prática no simulador, idealizado pelo Prof. Dr. Paulo Romera, engenheiro do Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos da USP (CTH/USP), e pelo Prof. Dr. Antônio César Leal (FCT / Unesp).
As crianças coletam as duas águas e consegue comparar a diferença entre uma e outra e ver na prática o quanto é importante preservar a vegetação. Com isso, a Codasp quer mostrar um pouco de seu trabalho na recuperação de estradas, sempre tendo em mente a preocupação com a conservação do solo.
“A crise hídrica passou, mas temos que nos preparar para enfrentar as mudanças climáticas, repensar a forma de produzir e abastecer as cidades. É determinação do governador Geraldo Alckmin que a agricultura seja harmônica com o meio ambiente e estamos mostrando que é possível fazer isso”, afirmou o secretário, ressaltando também o apoio dos produtores para a realização das intervenções. “Os agricultores sabem da importância de cuidar do solo e das águas, pois essa é uma questão básica para que possam continuar produzindo”, avaliou.
Por Hélio Filho



Fonte: Assessoria de Comunicação Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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