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11/2/2014
Agro critica Dilma em encontro com Lula

Programado para ser uma apresentação de Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, a lideranças do agronegócio, o jantar organizado na última sexta em um luxuoso hotel de Ribeirão Preto serviu para que empresários criticassem a política do governo Dilma Rousseff para o setor e pedissem que o ex-presidente Lula levasse diversas reivindicações à sua sucessora.
Convidado de honra do evento organizado pelo empresário Maurílio Biagi, Lula precisou deixar de lado a função de padrinho político de Padilha e assumir o papel de interlocutor do empresariado com o governo federal.
Chamado de "embaixador do etanol" por Pedro Parente, ministro da Casa Civil do governo FHC e presidente da Bunge, Lula declarou que "nunca na história um presidente tratou o setor sucroalcooleiro com tanto respeito" como ele. Admitiu que há equívocos que devem ser corrigidos, apesar de não ter especificado quais, e disse que Dilma quer fazer mais pelo setor, "mas a burocracia atrapalha".
Segundo relato de alguns dos presentes, o primeiro discurso foi o mais duro. Elizabeth Farina, presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), classificou como "incentivo de miséria" a política do governo federal para o etanol. Para ela, haverá um "desmonte do setor sucroalcooleiro" do Brasil. Foi aplaudida de pé.
Ex-ministro da Agricultura do governo Lula, Roberto Rodrigues foi o segundo a falar e seguiu a linha de críticas de Elizabeth. Também foi bastante aplaudido.
Gustavo Junqueira, recém-empossado presidente da Sociedade Rural Brasileira, disse que falta um plano agrícola para o Brasil e uma política nacional para a agricultura e a exportação no país, uma das principais demandas do encontro.
"Só a agricultura pode melhorar a balança comercial brasileira. O governo federal agride o agronegócio", afirmou Junqueira.
O ex-ministro da Saúde, que iniciou anteontem uma caravana pelo Estado de São Paulo para reforçar seu nome nas pequenas cidades e reunir subsídios para um futuro programa de governo, evitou comentar as críticas ao governo Dilma em seu rápido discurso.
Na tentativa de dialogar com um setor com o qual o PT tem dificuldade de entendimento, Padilha afirmou, já com discurso de candidato, que "São Paulo precisa de um governo que defenda a agroindústria".
O petista relembrou a movimentação do governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), que, segundo ele, brigou na polêmica disputa pelos royalties do petróleo, e disse que o Estado precisa de uma ação mais ativa do governador.
Lula praticamente não falou de Padilha durante discurso que durou mais de uma hora. Após a longa exposição que fez sobre os feitos de seu governo em relação ao setor sucroenergético e a defesa do governo Dilma, o ex-presidente disse que Padilha "é o que há de melhor e mais criativo na política brasileira".
Anfitrião do evento, Maurílio Biagi filiou-se ao PR recentemente com apoio de Lula e é um dos principais nomes cotados para assumir a vaga de vice na chapa de Padilha.
Perguntando na saída do jantar sobre sua possível participação nas eleições de 2014, Biagi desconversou.
"Vice não faz nada. Qualquer vice que for com Padilha está ótimo".



Fonte: informações da Folha

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