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9/8/2013
Marfrig tem prejuízo de R$ 400 mi no trimestre

A Marfrig Alimentos, uma das maiores processadoras de carnes do país, registrou um prejuízo líquido de R$ 419,9 milhões no segundo trimestre, ante um lucro de R$ 15,4 milhões registrados no mesmo intervalo do ano passado.
No período, a receita líquida da empresa totalizou R$ 4,455 bilhões, crescimento de 9,4% ante os R$ 4,071 bilhões apurados no segundo trimestre de 2012.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Marfrig no segundo trimestre deste ano foi de R$ 739,7 milhões, alta de 3,5% sobre os R$ 714 milhões registrados no mesmo intervalo do ano passado. A margem Ebitda caiu de 17,6% no segundo trimestre do ano passado para 16,6% no trimestre encerrado em março deste ano.
No fim do segundo trimestre, a dívida líquida da Marfrig somava R$ 8,7 bilhões. O índice de alavancagem da empresa - relação entre dívida líquida e Ebitda - foi de 3,8 vezes.
Transferências de dívidas à JBS
À espera do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para concretizar a venda da Seara Brasil
para a JBS, a Marfrig já transferiu cerca de R$ 2,8 bilhões em dívidas para a concorrente, afirmou o CEO da Seara Foods e futuro CEO da Marfrig, Sergio Rial. Para adquirir a Seara Brasil, a JBS concordou em assumir R$ 5,8 bilhões em dívidas da Marfrig.
Em entrevista à jornalistas sobre os resultados da Marfrig no segundo trimestre, Rial se referiu ao montante de dívidas
já transferido para a JBS como um "sinal" para a aquisição da Seara Brasil, que apesar de ainda ser operada pela Marfrig só aparece no balanço da empresa como "operação descontinuada", já descontada do faturamento da empresa.
Questionado se a transferência de recursos antes do aval do órgão antitruste é legal, Rial disse que "contabilmente, auditores nos obrigam a fazer com que o negócio seja chamado de operação descontinuada".
Além disso, acrescentou o executivo, a venda da Seara "já foi fechada", apesar de ainda não ter sido finalizada. Ele disse, ainda, que o risco de rejeição do Cade à venda da Seara Brasil é "muito baixo, senão zero". A Marfrig estima que a aprovação do Cade aconteça em fevereiro.
BRF
Rial garantiu também que a BRF não pode impedir a venda da Seara Brasil para a JBS. Segundo ele, o acordo firmado pela Marfrig com a BRF no ano passado, quando a empresa adquiriu dez fábricas, oito centros de distribuição e uma série de marcas da BRF, não traz limitações legais para a venda.
A única limitação prevista no contrato firmado com a BRF seria vender uma marca isoladamente, informou o executivo.
"Não poderíamos vender uma marca como a Doriana para qualquer um. Mas não estamos vendendo uma marca.
Vendemos a empresa toda", acrescentou.
De maneira incisiva, o executivo disse que a BRF não precisava ser "consultada" sobre a operação. "Nós compramos e pagamos por esses ativos", afirmou. "Quando você compra um apartamento, pode vender para alguém que o vizinho não gosta", brincou.
Sem planos de aquisições
A Marfrig "agora não tem interesse em aquisições", ressaltou Rial. Mesmo com a venda da Seara Brasil para a JBS, o executivo ponderou que a companhia mantém potencial de crescimento apenas com as operações que já possui. "O grupo Marfrig tem vetores e a gente espera demonstrar isso".
Segundo ele, tanto as operações da Moy Park, segunda principal produtora de carne de aves do Reino Unido e adquirida pelo grupo brasileiro em 2008, como a americana Keystone, voltada para o food-service e incorporada pelaMarfrig em 2010, têm perspectivas de crescimento. "Sei que pensar em crescer na Europa é pouco intuitivo, mas ela — a Moy Park — tem uma série de ativos para crescer", acrescentou.



Fonte: informações do Valor

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